5 de ago. de 2014

Universos abertos


Que parte não esteve à mostra?
Qual estrela foi oculta aos teus olhos?
Minhas galáxias e buracos negros todos ao teu dispor,
Como se me fosse íntimo desde o nascer,
Um eu diverso, vivendo uma vida alheia.

Sem chaves, sem portas.
Os contratos foram assinados com o primeiro olhar:
“Confio e amo, para sempre.”
Minha ingenuidade é quase bela...
Já não é mais que óbvio que a eternidade para uns é diferente da de outros?

Ainda assim te levei ao universo,
Falei quase todas as noites das estrelas,
Das que subiam e das que caíam,
Das que brilhavam tanto daqui do fim do mundo.
Sem portões, sem muros; apenas pontes, muitas pontes.

Então disse adeus, com hora para chegar e hora para partir.
Tudo tão coerente e preciso.
Lógico e recheado de dor.
E eu, feito criança tola que não aprende ao primeiro tapa,
Dançava valsas com a esperança até sua chegada.
Até que, enfim, todas as canções findaram, e eu enxerguei a mim,
Dançando só, sem a esperança, sem mais nada, e ouvi as batidas da vergonha na porta.
Mas ainda não abri, cansado demais para fazer sala para essa velha conhecida impertinente.