13 de mai. de 2018

A vida é bela


Por vezes quase esquecemos de como é a sensação do vento acariciando a pele,
Do cheiro das flores quando chega o inverno e o céu é tão azul e tão imenso.
Esquecemos de como a claridade transpassa as folhas e deita suave no chão.

A vida é bela.
Mesmo que de dia em dia, ela nos soque no estômago,
Sugue nosso ar e nossa visão por tempos,
Ela permanece bela.

Uma beleza que independe da felicidade,
Mas da paz.
Que independe da extinta e infantil esperança,
Mas de uma fé ainda sem nome, mais uma espécie de revolta.

As memórias já não podem ser mais absolutamente nada
Além de fantasmas estáticos, imóveis como os móveis,
Parados nos cantos, repletos e inutilidades e poeira.
Apenas notados quando falta a luz e tateamos em direção à saída.

Somos ainda um pouco mais do que essa casca,
E quando tudo faltar, sugaremos das pedras a seiva para manter a vida.
Eu ainda sinto o vento, ainda sinto o cheiro das flores de inverno.
A vida é bela.