22 de fev. de 2012

Perdoo


Eu perdoo minha dor, mesmo tão amarga em meus lábios, rançosa.
Pois é como terra fria onde, se Deus quiser, algo vai germinar.
Eu perdoo minha fome, insana, atroz.
Porque talvez, quem sabe, seja ela que me obriga a não desistir.
Eu perdoo a ausência, pois há vez que é tão bonita a saudade.
Eu perdoo a distância, pois é bom saber-nos correndo ao encontro.
Eu perdoo o silêncio, porque ele não tem culpa de nada...
Eu pedoo a dúvida; serei eu a água evaporada que comporá as nuvens para o próximo temporal? Se sim, não trarei apenas desconforto, ventos e pavores, também aguarei o girassol da calçada.
Eu perdoo também o medo, mas só porque um dia ele passa...

21 de fev. de 2012

Detalhe*


Debruço-me sobre a madeira fria da janela
E canto pra não pensar...
Penso pra não falar,
Falo pra não chorar
Mas choro por sentir.

E meu canto é triste, como de pássaro perdido na relva, sem selva.
Meu pensar é calmo como leito de rio raso,
Que segue fluindo frágil.
Minha fala é mansa pra não magoar.
Sou homem pequeno,
Escolhido por Deus para ser um detalhe.
Meu choro é escrito de palavra humilde,De coração rico, 
De sonho grande.
Mas meu sentir quando sentido é pura verdade.
É mesmo amor.




*Poesia de "Alma à tona" pag. 27

"Adquira conhecimento no carnaval!"

Amigos amados, conto com o apoio de vocês!

"Alma à tona" ( http://www.clubedeautores.com.br/book/123099--Alma_a_tona )

e "Em meu Jardim Secreto..." ( http://www.clubedeautores.com.br/book/123944--Em_meu_Jardim_Secreto )

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Hoje, apenas R$ 26,63 cada.



"Mais uma das tantas vezes, olhei para aquela mochila velha que guardo atrás da porta e apertei os olhos, forte, trepidando os lábios... Ai respirei fundo, tão, mas tão que em mim entrou a vida esquecida, os rostos amados, meu sangue... Era por eles, seria apenas por eles que eu não mais partiria."
Gracietti Serafim Teixeira.

20 de fev. de 2012

Nada mais dói


Faço-me chuva; silenciosa em sua queda indolor.
Precipitado-se não apenas absolvedora, mas absolvida.
Faço-me aroma e gosto de terra molhada, encharcada de vida. Perdoada por suas flores até então não germinadas, amada por alguns de seus frutos já suculentos.
Faço-me brisa pacífica, transportadora de docilidades.

Assim finjo para mim não ferem mais as dúvidas.
Finjo que com a vinda do outono tudo o que ainda persiste morto e seco aqui dentro há de partir, carregado pelo vento não tão dócil.
Finjo tão bem que acredito que nada mais dói.
E realmente nada mais dói.

Caça e flores

Não foram apenas pesadelos mais uma noite inteira.
Houve aquele momento, houve aquela cidade, a minha cidade, tomada por uma invasão de flores.
Os prédios adornados por imensos arbustos que desabrocharam orquídeas imensas.
As calçadas eram calçadas por florinhas e não por pedras frias.
E onde quer que  se olhasse, o que se via eram tantas cores e tantos sorrisos.
Nada de carros nas ruas, nada de pessoas mais estranhas que extraterrestres, era leve.
Leve; as senhoras passeando com seus cachorrinhos, as crianças com seus brinquedos.


Que pena o belo ser tão veloz...
Que pena tão cedo estar eu correndo novamente... correndo, meu Deus, sabe-se-lá do que e para onde.
Por que essa caça a mim nunca termina?
Sou eu meu algoz, sou eu que me persigo?
Por que, quem seria mais teimoso que eu para nunca desistir?
Ou será que em vez me caçar apenas tento me alcançar?


Pois em alguma dessas últimas noites deitei por um instante nos negros cabelos sedosos da noite e ouvi de uma estrela tão brilhante que se fazia minha falta naquele céu.
Respondi: você não imagina é a falta que às vezes esse céu faz em mim.

18 de fev. de 2012

"Alma à tona" e segunda edição de "Em meu Jardim Secreto..."

Olá pessoal!


Há muito não escrevo em "Aventuras Internas", mas isso tem um bom motivo. A publicação de um novo livro, "Alma à tona" e a reedição de "Em meu Jardim Secreto..."
Nos últimos tempos estive empenhado em dar forma física às poesias que começaram a brotar pouco antes do laçamento do meu primeiro livro, em 2010. E essa vontade se concretizou há alguns dias com o lançamento de "Alma à tona" através do Clube de Autores, (um site/empresa muito bacana que recomendo àqueles que desejam ter sua obra publicada com qualidade e total liberdade de edição. Recebi meu exemplar de "Alma à tona" nessa semana e o trabalho do Clube é realmente bom, honesto e coerente.)


Mas vamos falar um pouco sobre a essência do livro "Alma à tona". Alguém um dia disse que qualquer coisa que produzimos é de certa forma autobiográfico. Concordo plenamente. Tudo o que fazemos, tudo em que agimos, leva um traço nosso, da nossa personalidade, da nova vontade, dos nossos sonhos. Desde a forma como arrumamos a casa até, claro, uma obra artística, seja ela literária, plástica, teatral, etc...
"Alma à tona" é exatamente o que o nome diz. Sempre gostei muito de poetizar metáforas, de usar elementos do cotidiano, da natureza, para expressar sentimentos e sensações que sempre precisaram vir à tona. Sejam eles grandes ou pequenos, reais ou fabricados pelo sonho. Então foi isso. Nesse novo livro muita coisa que estava submersa veio para a luz, assume-se o medo, a paixão, as vontades, e é claro, o AMOR.
E por que julguei importante publicar esses poemas? Qualquer um sabe que a menos que se seja famoso, não se vive de literatura no Brasil. Então é claro que não foi por dinheiro. Publiquei, assim como ocorreu em "Em meu Jardim Secreto..." por dois motivos: um por necessidade própria. Preciso ver esses sentimentos no papel, vindo de volta para mim, como num ciclo, para que eu jamais me esqueça que tenho tantas sombras e tantas luzes no coração. Acima de tudo, para que eu jamais me esqueça que tenho um coração e que ele tem muitos, muitos sentimentos. O outro motivo, o mais importante, é fazer com que o leitor, ao ter em mãos esse trabalho, se enxergue ali. Como num espelho, mesmo que seja um espelho esfumaçado. Mas que ele possa através daquelas palavras despertar e dar nome aos sentimentos que ele mesmo traz no espírito. Acredito que não há nada melhor que nos encontrarmos em outras coisas, como nas canções, nos filmes, nas obras da natureza. É muito bom quando vemos que não somos seres isolados, mas que de certa forma estamos conectados e estendidos para outras direções, que não estamos confinados em nosso corpo, em nosso próprio mundo. O ser-humano NÃO existe sozinho. Por isso escrevo, para derrubar os muros que encontro.


Falando agora sobre a reedição de "Em meu Jardim Secreto..." O Clube de Autores me possibilitou essa chance de alterar algumas coisas que não me agradavam por completo na primeira edição, por exemplo alguns erros de digitação (esse é um dos poréns em se arcar com a edição de um livro, não sendo um profissional da área, alguma coisa sempre acaba passando, o que chateia bastante o autor), assim como também, foi possível fazer algumas "podas" no "jardim", retirar algumas coisas que já não eram extremamente bem-vindas ali, assim como também "plantar" outras que passaram a ser necessárias. Mas saiba-se: aquele ainda é o mesmo "Jardim".
A edição ficou muito boa na minha humilde opinião, espero que também agrade os que desejarem adquirir o livro.


Para finalizar gostaria de agradecer a todos que tornaram isso tudo uma realidade. Aos meus amigos, próximos ou distantes, que adquiriram as obras e também a todos aqueles que mesmo sem adquirir tiveram inominável importância para que elas se concretizassem. Todos vocês ao meu redor são tudo pra mim.


Deixo abaixo os links para os livros, faça uma visita se desejar:


http://www.clubedeautores.com.br/book/123099--Alma_a_tona


http://www.clubedeautores.com.br/book/123944--Em_meu_Jardim_Secreto



Abraços.