15 de fev. de 2019

Até...


Acredito que a poesia ainda corre pelas veias, pelas veredas, pelas vias de todas as coisas. Ela resiste em meio ao caos, em meio à dor e à morte, como uma testemunha complacente, misericordiosa. Mesmo em tempos áridos, como estes em que parecemos transitar por um imenso deserto que separa dois oásis...
A poesia não se cansa, mas o poeta (e aqui sou petulante e me coloco como um), sim.
Foram muitos anos mergulhado num mar de palavras, sentimentos e sensações. Uma busca infinda pelo significado oculto das coisas, pelo Belo, pela Esperança e pelo Amor. Foram muitos anos trazendo à tona versos, versos e mais versos, como que garimpando pequenas preciosidades de um mundo pouco visitado.
Já não sinto que agora eu consiga ou deva continuar esse doce labor. O mundo está convulsionando e talvez mais do que nunca essa insistência em regar os jardins da alma se faça extremamente necessária, mas deixo isso aos grandes, aos mais capazes.
A Poesia me trouxe coisas de valor inestimável, aprendizados únicos, coisas que, embora o tempo desgaste e às vezes leve algumas partes embora, deixa no espírito marcas eternas.
Essa é uma despedida, ou um até logo, do Aventuras Internas; um espaço onde por cerca de dez anos foi uma extensão fiel das coisas que nasceram e cresceram do meu coração.

Meus trabalhos independentes continuam disponíveis no Clube de Autores, acesse: https://bit.ly/2SCvrEB


"Eu não tenho arrependimentos, não há nada para esquecer, toda dor valeu a pena.
Não estou correndo do passado, eu tentei o meu melhor, eu sei que mereço isso...


Tantas milhas, tantas estradas eu tenho viajado, caindo pelo caminho...
Tantos corações, tantos anos tem se passado, me trazendo até o hoje...

E eu agradeço."