30 de dez. de 2016

Perfeitamente


O perfume da roupa no varal,
O cheiro da chuva mansa da última madrugada,
A luz macia do sol que entra pela janela...
Nós sorrindo na lembrança.

E se a gente mantivesse a vida assim por um instante:
Pacífica, branda, com o cantar longínquo de pássaros?
Sem as mãos quentes de memórias e expectativas
Pressionando nossos pescoços.

Sentir saudade...
Não a saudade do que se foi para sempre,
Levando consigo toda claridade,
Mas do que chega amanhã; logo ali.

Traçar versos bobos sobre uma vida banal;
Um dia alguém florescerá sobre esses pedaços de alma,
E até lá, ser leve, como se tudo estivesse em seu lugar,
Seguindo sua sina, perfeitamente.