11 de dez. de 2016

Flores


Nunca te rendi flores.
Ofertei estrelas, filosofias, promessas.
Nunca te chamei para num dia ver um botão
E no outro, uma orquídea amarela.

O frágil sempre me foi assustador;
O efêmero, o vulgar, o transitório.
Valiam mais alianças frias
Que quentes mãos dadas.

Me perdoe,
Te privei do melhor de mim;
Da poesia em que veleja minha alma,
Da simplicidade bela em que repousam meus sonhos.

Este coração é um jardim pedregoso
Em que firo os dedos
Em busca de extrair ainda algo de belo.
Mas agora, aceita minhas flores, são o tesouro de mim.