13 de dez. de 2016

13/12


Quando te vejo, assim de longe, Amor,
Os olhos desaguam mornos.
Como um riacho sob um sol brando,
Cercado de delicada vida.

Mas temo os homens de punho em riste,
De coração apodrecido,
De alma intoxicada de ganância, de ignorância.
E meus olhos ardem de medo e dor.

Estaria o Homem condenado à saudade?
A saudade morta, nebulosa e fria,
Dos tempos em que poderíamos ter mudado o mundo,
Mas escolhemos contaminá-lo.

As esperanças, feito as flores,
Desabrocham e murcham suavemente.
E mesmo que nos sonhos sua mão me segure firme,
Eu sei que ela jamais estará realmente aqui.