Talvez algo de sagrado ainda resida
Nas pontas desses dedos cansados
Embora já não os veja tocando o vento
Desenhando poemas bobos de felicidade
Acariciando qualquer face
Eles ainda dançam é verdade
Rendidos a algumas canções
Que o tempo não teve força de contaminar
E eles ainda secam
Uma ou outra lágrima de alívio
Ou de espera
Muita espera
E tudo isso que passa sem cessar
Ferindo a pele e penetrando ao âmago
Purifica o que não se perde
Mais palavras virão então
Sobre coisas que não podem ser ditas.
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