27 de mar. de 2023

 São ainda tempos estranhos

Chega a ferir a profundida do azul desse céu de outono

No entanto, é um incômodo santificado 

Pois abaixo dele

A florista dava conselhos sobre a vida e o amor 

Ao homem de espírito alquebrado 

Que buscava orquídeas para sua amada que partiu

E quando o azul se fez breu

A sobriedade propôs sutil trégua 

Os suaves passos de dança 

Os abraços amistosos 

O passar suave das horas 

A boa música sobre pequenas e grande vitórias 

Tudo dizendo que talvez a vida não fosse assim tão terrível 

Como sempre, nos sonhos, a fuga

Mas nessa vez eu consegui escapar 

Do mundo que sucumbia a forças exóticas

E havia uma alvorada 

Uma rua iluminada pelas últimas luzes artificiais da noite 

Uma palavra

Uma proposta 

Um sorriso não visto

Alguém disposto a não desistir 

Uma chance 

Um talvez

Quem sabe?

De nascer de novo.