20 de fev. de 2012

Caça e flores

Não foram apenas pesadelos mais uma noite inteira.
Houve aquele momento, houve aquela cidade, a minha cidade, tomada por uma invasão de flores.
Os prédios adornados por imensos arbustos que desabrocharam orquídeas imensas.
As calçadas eram calçadas por florinhas e não por pedras frias.
E onde quer que  se olhasse, o que se via eram tantas cores e tantos sorrisos.
Nada de carros nas ruas, nada de pessoas mais estranhas que extraterrestres, era leve.
Leve; as senhoras passeando com seus cachorrinhos, as crianças com seus brinquedos.


Que pena o belo ser tão veloz...
Que pena tão cedo estar eu correndo novamente... correndo, meu Deus, sabe-se-lá do que e para onde.
Por que essa caça a mim nunca termina?
Sou eu meu algoz, sou eu que me persigo?
Por que, quem seria mais teimoso que eu para nunca desistir?
Ou será que em vez me caçar apenas tento me alcançar?


Pois em alguma dessas últimas noites deitei por um instante nos negros cabelos sedosos da noite e ouvi de uma estrela tão brilhante que se fazia minha falta naquele céu.
Respondi: você não imagina é a falta que às vezes esse céu faz em mim.