20 de mar. de 2016

Abandono


Abandonei-me no peito farto, quente;
Entre silêncios, aromas, toques.
Abandonei o medo, sempre companheiro;
A razão, sempre severa.

Abandonei o sonho, e sonhei com a realidade,
Com uma força tamanha e minha, que ainda adormece.
Nenhuma ilusão ao socorro...
Não é necessário ser socorrido, não agora.

Abandonei o desejo absurdo da perfeição,
E o pouco que ofereci, talvez fosse tudo,
Por ser finalmente oferecido,
De plena vontade.

Agora sei que não posso construir o caminho.
Mas mostre-me o caminho, e eu o seguirei,
Pois assim o coração diz ser o certo.
Abandonei aquilo que não era eu.