Havia uma flor imperfeita.
Tão pequena, envergonhada de seu próprio ser.
Havia essa flor que desejava desabrochar mais que tudo:
O amor.
Mas ela não se sentia digna dele,
E uma parte escurecida do seu coração dizia:
“Você nunca estará pronta, você sempre irá murchar.”
A pequena flor tão belamente chorava na chuva...
Um dia o temporal foi forte demais,
E a enxurrada removeu a flor do canteiro.
Suas raízes ficaram expostas, suas pétalas deitaram na lama
E a flor sentiu vergonha por saber-se nua.
Embora ela sempre tenha desejado ser vista.
Vista como realmente era.
A pequena foi arrastada por todo o Jardim,
E foi levada para as águas turbulentas de um rio muito distante.
A flor sucumbiu.
Suas pétalas se espalharam pela superfície agora calma.
Suas folhas estavam rasgadas...
Porém, ela lutou e protegeu uma semente de si mesma.
A pequena não era tão iludida...
Essa semente repousa pacífica sobre pedregulhos.
Enquanto faz-se outra madrugada chuvosa... longa, fria.
Ela repousa ansiosa... ela ainda contém toda beleza em si.
Armazenada, quieta.
Falta-lhe apenas o alvorecer.
Logo nada lhe faltará.
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