27 de fev. de 2011

De volta ao luto


Eu e meu reflexo dum falso poeta decadente.
E você que não me considerou digno nem de uma mísera resposta,
Eu tive que implorar até por seu adeus.
Te era tão saboroso ter mais um fanático à porta.

E eu já ouvi essa mesma canção uma centena de vezes...
“Luto...”

“Luto...”

E você e sua aparência angelical,
e seus olhos demoníacamente perfeitos.
E eu com meus traços magros, me sentindo um galho seco do auge do inverno, embora digam estarmos na primavera.

Meus ídolos continuam se embriagando,
E meus heróis continuam enlouquecendo.
E meu jasmineiro está pra morrer.
E minhas orações parecem esculturas frias de mármore branco.
E a estrada está tão esburacada novamente.
Lá vou eu também, de volta ao luto...
Os anjos empoeirados, e as palavras da Bíblia falando dum amor tão distante dos errantes como eu.
Nós apenas cometemos os piores erros;
apenas desistimos de nós mesmos.
Nós somos patéticas crianças mal-educadas,
que se recusam a tomar a própria cura.

Você volta ao nada que sempre foi...
E eu, eu vou de volta ao meu luto.

Não o luto pelo que já morreu,
Mas pelo que ainda não pôde nascer.