25 de fev. de 2011

365

Em todos os instantes me pergunto
Onde começou meu grande erro.
O que fiz de assim, tão grave,
Para todos os dias ser sentenciado a ser o que não sou.

Pelo quê desisti de mim?
Em que ponto me vendi?

O que eu mais desejava passou por minhas mãos
E nem sequer notei.
Eu fui mais ator que o ator que me amava,
Pois eu enganava a mim,
Tão perfeitamente.

E eu continuo me reconhecendo em minha tristeza.
Retornando às cinzas restantes das esperanças passadas.
Acompanhado por minha solidão e sua gargalhada,
Enquanto eu esmurro muros sem sentir dor.

Tão pouco me lembro da leveza,
De minha alma quietinha,
Morna como os domingos de primavera.

Em que instante aceitei me trocar pelo “real”?

Valerá mesmo, ter 364 dias de pesadelo,
Para ganhar um de sonho?