Quando voltava a mim
Eu entendia que a vida não era feita no desassossego
Mas nesse tecer delicado das horas e sentimentos
Fio a fio
Amarrando como que construindo
E aí a gente olha pela janela com o olhar cansado
Com o coração encolhidinho
Só que vê a esperança andando de bicicleta ali pela esquina
De joelhos ralados
Cabelo desgrenhado
Sorriso meio amarelado
Doidinha a esperança
Mas uma menina ainda
Depois de tanto tempo
Uma menina ainda
E a gente chora ao mesmo tempo que sorri
Quando ela acena
Lá de longe
Toda faceira
Porque a vida
Meu amigo
Dói na carne e no osso da gente
A vida dói pra frente e pra traz
Dói assim como se a gente fosse de ferro
Só que a gente não é
Mas é bonita a danada
Tão jeitosa
Que a gente acaba por se apaixonar por ela
De novo e de novo
E quer dela mais um bocado
Mais um tantinho
Mais um gole
E ela dá
Dá um céu limpo e bonito desse
Dá uma lembrança formosa de uma última dança
Dá uma estradinha por entre um jardim
Dá inspiração
Pra mais uns versinhos simplórios.
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