Os anos que diminuíram distâncias
E aproximaram corações
Também me trouxeram até aqui,
Na manhã de um dia santo,
Resumindo todas as longas e elaboradas orações em:
Sê comigo.
Pois que aquilo que há de santificado
Não mais paira longe no firmamento profundamente azul de outono,
Mas baila por cada célula da matéria,
Cada fragmento de luz do espírito.
Em gratidão,
Em súplica,
Em alívio e em sonho:
Senhor, sê comigo.
Sê com esta pequena única lágrima
Que desce morna e purificada
Ante as primeiras tão belas luzes da alvorada,
Sê também com tudo o que veio
Para logo partir,
Deixando apenas cicatrizes disformes,
Ruins,
Mas que hoje compõem os canteiros irregulares
Onde cultivo as flores do meu jardim.
Sê comigo, Mestre,
Para que eu caminhe em seus caminhos
E leve comigo aquilo que será Amor.
Sê comigo,
Ainda que no dia da sua dor
Talvez fosse eu algum algoz
Até entender
Que sou menos,
Tão menos,
Que uma farpa da cruz que carregou nos ombros.
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