17 de abr. de 2023

 


Não que houvesse ainda algum espaço para a ilusão

Não que houvesse ainda algum espaço para a esperança

Mas houve uma flor de vermelho intenso desabrochando 

Houve uma canção sobre um carro veloz cortando a escuridão 

Enquanto em raro momento de uma face bela da vida

Passos lentos em uma valsa calma

E uma chuva leve caindo após a longa estiagem 

E um rio morno de promessas tão bonitas

Cruzando um sertão cansado e de pouca vida

Um porto não distante de onde partir e para onde chegar 

Nos poucos momentos em que não se navega pelas águas bravas do presente 

Que tão

Tão lentamente vai se tornando passado 

Então novamente outono 

E tantas súplicas pela renovação 

E os erros e falhas e perdas 

E novas chances 

Então novamente outono 

E a fé na frutificação.