A alma
Como uma rara porcelana
Partida novamente em cacos pelo chão
As mãos então ferindo-se na coleta dos pequenos preciosos pedaços
Tão pequenos e afiados
Mais uma vez
É preciso pacientemente recolocar cada parte
Juntar as peças
Retomar a caminhada
Mas exaustas
As mãos tremem
Exitam
Recuam
Um anjo fala-me então sobre a fé
E as montanhas movidas com seu simples sopro
E as mãos seguram firme novamente
Insistem
Persistem
Mas noto a falta de algo precioso para que se juntem tantas partes
Outro anjo fala-me então sobre o amor
E sobre sua poderosa capacidade de juntar o que está quebrado
E como um fio de ouro
O Amor cola cada fragmento partido
E aos poucos vejo formar-se o mosaico da alma
Distante de sua pura e intocada forma primordial
Mas tão mais valiosa que outrora
Por último falo eu sobre a esperança
E a alma refeita sorri
E eu vejo o mais belo e verdadeiro sorriso
Aquele que resiste
Mesmo nas noites de escuridão mais profunda
E eu vejo o mais belo e sincero sorriso
Ainda que com todas suas imperfeições.
Nenhum comentário:
Postar um comentário