4 de out. de 2016

Siga


O que dizem os fantasmas
Em resposta às tuas amáveis palavras
Adornadas de um delicado desespero
E de uma farta quantidade de nostalgia?

Nada, não é óbvio?
Depois de arremessar com força tua esperança
Rumo à profundidade indizível da noite
Ainda espera algum sinal, algum lume?

Como é feio este teu esforço em sentir dor.
Como são feias estas tuas rotas roupas de luto
Por sentimentos há tanto sepultados.
Nada do que foi será outra vez, jamais.

Poe em riste este peito,
E como todos os demais imbecis, siga.
Siga a encenação sem murmúrios.
Em nada além da tua memória o sonho e a glória.