26 de out. de 2016

Sal da pele, sal dos olhos


A alma, antes viajora por tantas palavras,
Rios de palavras, mares de palavras;
Já apenas flutua, ébria e fascinada,
Ao admirar belas luzes.

Há algo de real neste sutil brilho
Que com carinho envolve cansadas esperanças;
Esperanças tão envergonhadas,
Acuadas por indiferenças vorazes.

O sal da pele, a claridade do sorriso,
A voz, o calor...
De não tão longe, sonhos acenam
Quase esquecidos do sal dos olhos.

Bravo coração, em riste!
Como uma nova vida, um broto,
Surgindo do fundo da terra escaldada,
No aguardado retorno da primavera.