28 de jun. de 2015

Nem sei...


Você nem viu que eu sorri depois que o mundo acabou.
Nem viu que minha crueldade foi maior que a sua.
Que me abandonei além do tanto que me abandonou,
E que eu entendia tudo e chorava de raiva de entender tanto.

E aprendi a esquecer os milagres,
A tirar da pele o pó de luzes que os sonhos deixam.
Como um velho palhaço que ainda sabe mascarar o rosto
De uma felicidade que não sabe mais ter.

E ainda aqui, embarcado em palavras, tantas delas,
Que não levam nada  a lugar nenhum.
Tudo o que se move é um exército cinza de iguais;
Se move em círculos inúteis.

Teria o amor extirpado dos olhos seu pequeno dom?
Ou as pequenas belezas estão adormecidas,
Como manhãs de domingo, agora sem vida?
Nem sei...