12 de jun. de 2015

Ele aguarda



Este lugar está distante dos velhos palácios,
Aqueles, repletos de nobrezas e fulgores;
Hoje, resumidos a escombros frios e submersos
Por camadas grossas de memórias mortas.

Este lugar, mero pedaço de paraíso e de inferno,
É onde repouso. Trazido por palavras tolas e desperdiçadas,
Mas ao menos, presentes, misericordiosas.
Daqui não vejo o futuro, mas vejo o céu.

Canto em tom suave para não despertar sentimentos ferozes.
O amor permanece quieto em seu sono leve...
Ninguém bate a porta, ninguém chama seu nome,
Mas ele aguarda... aguarda.

É aqui, o coração.
Morno como um lar, enquanto é inverno lá fora.
E não é arredio. Não é morto. Não é descrente.
É vivo, embora seu vazio.