9 de jun. de 2015

É tarde


Que seria o amor além de uma trégua? 
Se as noites já foram portais mágicos para mundos mais belos, que são hoje além de escuridão? 
E estes dias, repletos de uma luminosidade falsa,
Onde os coração são vazios, escurecidos, e se digladiam? 
Eu já disse que bastariam certas memórias para reavivar o espírito entorpecido de solidões, 
Mas as memórias adormecem ao lado de sonhos já tão exaustos. 
E as lágrimas caem pelos poemas perdidos por descuido, 
Pelo sentimento incapaz de nascer e se manter vivo.
É tarde, os anjos dormem.
E eu começo a aceitar um destino absurdo, 
Quando, no fundo, a alma sabe-se tão imensa. 
É tarde, há apenas o fiel silêncio, que após cânticos e promessas, permanece, como fiel e não desejado amigo.
É tarde...
Então contenha o olhar inquisidor.
Estamos todos perdidos, 
Todos famintos de verdadeiro amor.
Todos famintos de verdadeiro amor.