4 de abr. de 2016

Famintos


Sorria, acene, aceite.
Não pise além da linha, não questione.
Não pense demais, não pense, se possível, faça o favor.
Contente-se.

Seja um bom reflexo aos olhos famintos;
Tantos olhos famintos...
Guarde a alma caleidoscópica para os sonhos,
Guarde a alma... Não há espaço lá fora.

E a poesia nunca morrerá,
E os olhos nunca secarão,
Mas adormece distante aquele doce tempo
Em que algo fingia por isso ser tocado.

Mas ninguém roubará as tristes e belas canções,
Ninguém roubará a parca claridade que ainda resiste.
Apenas ao que aqueles olhos tem algum valor pode ser furtado...
E esses sonhos... esses sonhos já não tem valor algum.