25 de fev. de 2016

Mas é tarde



Desperdiço as horas em versos baratos, rasos; Frágil luar que pouco encanta. Eu sei que lá fora o caos domina, Também aqui dentro. É sempre silêncios ou ruídos demais, Faltam canções, faltam vozes humanas. Por que então chorei ao avistar aquele pedaço de arco-íris? Não sou eu o que desacredita em milagres? Mas sinto que não importa em quantos pedaços foi feito o coração, Ele ainda é um coração; Como uma árvore sem suas folhas, flores e frutos ainda é uma árvore. Não quero assumir que tenho as respostas, Ainda que frágil, a ignorância serve de escudo. Mas é tarde, sei que já sinto, sei que já anseio. E não me esqueço do perfume, do calor, do toque dos dedos... Eu sei que seria mais fácil, até lógico, não mais sonhar. Mas é tarde. Os olhos já brilham. O coração já bate.