8 de fev. de 2016

Cálice



Toma teu cálice, beba.
Realidade; morna, pura, amarga,
Outra vez.
Conhece bem tal sabor,
Ele já não parte mais da tua boca,
Da tua alma.

Cala-te, coração bastardo.
Basta de doces e ridículas canções.
Ninguém te vê, ninguém te ouve, ninguém te ambiciona.
A resposta mais correta é sempre a mais chula, a mais óbvia:
Mesmo entre as criaturas de aspecto mais nobre,
Tudo se resume ao encanto ou desencanto com a imagem.

Cala-te, para o teu bem;
Ouça as sutis vozes angelicais em seus cantos tristes,
Mas verdadeiros.
Poupa o mundo de mais palavras,
De mais intenções.
A ninguém comove a tua verdade.