6 de ago. de 2016

A besta interior


Toda angelitude é pérfida.
Uma galáxia toda de luzes
Consumidas por uma massa escura,
Uma cratera negra incompreensível.

Não há uma luta entre anjos e demônios,
Pois não resta algum anjo.
O espírito primitivo e insano
É uma besta selvagem.

Mas não é livre.
A imundície esbarra na epiderme,
Não passa.
Devora-me por dentro como um verme odioso.

Oh deuses, oh puros!
Vejo o asco em vossos olhos ao me fitarem.
Como ainda ofertar misericórdia

A este que é tão mais carne que espírito?