5 de mai. de 2016
Nude
Infinitas vitrines expondo a carne ardente.
Os corpos são feras,
Feras famintas.
Devoram-se.
Há pouco do espírito a se entregar,
Entrega-se então a carne;
Como se também não fosse sagrada,
Como se também não fosse santificada.
Intensidade, luxúria, prazer... esquecimento.
Boa noite sem resposta, adeus nas entrelinhas.
Deleite-se, como insetos nos lírios tão belos,
Tão fugazes.
Mas o espírito, nu, paira distante, intocado, irretratável.
A mente, um labirinto sem aventureiros;
Sem quem busque algum dos seus tesouros.
O que há de profundamente verdadeiro?
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