25 de jan. de 2015

Já velho caminho vazio


Por que se arriscar naquelas estradas repletas de memórias sedutoras?
Vai que ainda resta algum sorriso por lá, alguma promessa pairando no ar...
Por que afundar os pés naquela terra, se por ali a perfeição não mais pisará?
Atiça os belos fantasmas como se eles fossem inofensivos... 

Daqueles dias resta apenas o sabor do vento;
O aroma dos eucaliptos enquanto o sol se desfaz no horizonte.
Já não chorava ou sorria enquanto imagens saltavam na mente,
Agora que tudo é fim, e eu apenas canto.

Canto porque a alma afunda em quimeras, mas emerge em sonhos sutis.
Resta alguma vida nas veias e os pés fracos resistem, seguem, lentamente.
Canto porque a vida já foi amor, e ainda que nada mais possa brilhar,
Os olhos permanecem famintos de luz.