11 de jan. de 2015

Caminho



Louvados sejam os caminhos;
Os macios, de areia branca e água cristalina,
E os ásperos, de frias e indiferentes pedras,
Porque o caminho já um pouco de chegada.

E que a Beleza, necessária à poesia, persista,
Ainda que frágil, ainda que triste.
Porque ninguém diz, mas sei que Deus é belo,
Pois vejo Seu rosto na persistência da Vida, na bondade dos Homens.

Não há pé que não esteja ferido, nem vivente que não tenha chorado.
A dor nos é amiga íntima, mas também nos é próxima a esperança.
É necessário tentar um passo após outro, afastando as pedras,
Observando as flores.

A existência é bruta, como um sol de meio dia,
Como um adeus;
Mas também é doce, como a água que escorre da montanha,
Como o Amor, que jamais desiste.