18 de jun. de 2016

Outro Belo adeus

Tenho-te em minhas mãos com tanta doçura.

Meus olhos brilham aos teus encantos,
Como o dos amantes aos primeiros raios do sol,
Após longo e triste inverno.

Uso de toda doçura e toda compreensão.
Há em cada gesto um imenso amor,
Tão grande quanto delicado;
E tudo a ti ofereço.

Mas vejo tuas costas em desdém.
Meu amor, minha luminosidade, meu calor...
Tudo é pouco, tão pouco.
E vejo teus olhos mirando outro horizonte.

Se comigo desbravasse cada campo selvagem desta alma,
Teria em teu peito a reluzir tesouros inatingidos.
Mas deslumbres maiores o envolvem,
E eu não posso provar minha capacidade de operar milagres.

És outro adeus. Outro Belo adeus.
Mais uma relíquia inanimada em um baú de tesouros sem vida.
Mas tanto tenho a agradecer!
Neste mundo primitivo, a dor ainda é a prova da minha humanidade.