15 de jun. de 2016

Inverno


Não, jovem esperança!
Não dê as mãos ao fim da tarde.
Logo será noite fria
E eu não verei outra vez seu sorriso.

Cada vez dói mais profundamente o adeus.
O que fica, são memórias frágeis como cinzas.
E o vento sopra displicente
Esparramando os sonhos ainda em gestação.

Sei que nada mais levará minha alma embora outra vez,
Mas tantos solavancos a partem em tão pequenos pedaços.
As relíquias que ainda guardo no peito pesam.
E os olhos não querem mais regar nenhum adeus.

Tente cainho com meu destino, esperança.
Meus pés não irão se por sobre solos mortos.
Pois embora o inverno inclemente lá fora,
Meu peito arde em chamas intermináveis.