8 de nov. de 2016

Labirinto


Ainda ouço as canções que entoava do paraíso.
Ainda vejo tanto.
Uma paisagem ora repleta de sombra,
Ora repleta de luz;
Sempre a mesma fria e linda paisagem.

Ouço os estrondos das últimas esperanças.
Elas aterrizam violentamente sobre seus fiéis,
Dilacerando sonhos,
Contaminando a atmosfera com memórias tóxicas;
Eu, entre deles.

Meus dedos feridos,
Já exaustos de implorar a carne e o espírito, se contêm.
A voz rouca e inconstante,
Não declamará velhos poemas
Que um dia desabrocharam sorrisos.

Leva-me à presença dos últimos profetas,
Para longe da crueldade dos anjos!
Meus braços não erguerão mais espada e escudo,
Meu coração não sucumbirá ao novo fel da indiferença.
O espírito haverá de flutuar acima deste cruel labirinto.