15 de nov. de 2015

Talvez, meu Deus


Talvez, meus Deus,
As orações de um homem de pouca fé valham.
Valham até mais que a do homem de muita fé.
Pois as palavras saem encharcadas num pranto de desesperança;
Um apelo desesperado para ouvidos
Que sempre parecem distantes demais.

Talvez, meu Deus,
O amor que resta num homem que desistiu do amor
Seja mais puro e brilhante, como um diamante bem lapidado,
Que o amor daquele que nunca bebeu goles fartos
De adeus e indiferença,
Após um sonho morrer agonizando nas mãos.

Talvez, meu Deus,
A engrenagem da vida não tenha sido destruída.
E por estes caminhos tortos,
Chegaremos ao lugar correto,
Onde nos aguarda uma resposta concreta,
Para tanta dúvida maligna.

Talvez, meu Deus,
Os bons homens, de espírito já velho e cansado,
Ainda existam espalhados em meio aos mares de lama e sangue,
Salvando vidas quase perdidas, histórias quase sepultadas.
Talvez, meu Deus,
O senhor nos ouça, e nos perdoe pelo que somos.