5 de nov. de 2015

Pássaro azul


O brilho dos olhos do pequeno pássaro azul
Ainda cintila em minha mente.
Por um instante, quando suas asas ainda não o sustentavam,
O tive em minhas mãos.
Tão belo, tão frágil...

Mas quão rápido ele perceberia que pertence ao ar,
Não às minhas mãos, por mais carinhosas que fossem.
E voou, ainda que temeroso e oscilante,
Para longe do meu olhar e do meu amor.
Como toda força da natureza, só existe pleno, se livre.

E se hoje choro sua ausência, sua distância,
Um dia entenderei que tantos outros olhos
Ainda encantará...
Com seu canto, cor, pureza.
Existência.

Quem sabe nesse dia meus olhos sequem,
E o coração adquira asas firmes para também poder ser livre?
Talvez eu já tenha sido um pequeno pássaro azul,
Perdido e faminto do sabor do ar,
Me desvencilhando das mãos que me acariciavam.