5 de nov. de 2015

Ainda, o pássaro azul


Ainda cai a chuva, como nos tempos de outrora.
Desmorona o céu em seu pranto poético.
As árvores bailam belas ao sabor do vento fresco e vivo.
O medo e a esperança adormecem juntos,
E eu já não sou o mesmo...

Mas passada a chuva, volta o escuro soberano da noite.
Noite morna, tão muda, em que apenas meus olhos cantam.
Cantam baixo às velhas estrelas que um dia vi - vimos -
Imersos em um abraço sagrado, irrepetível.
Um abraço mais seguro que um verdadeiro lar.

Naquele momento havia um pássaro azul em meu peito.
Brilhante, jovem, vivo.
E eu chorei e chorei em louvores e agradecimentos,
Por tão graciosa criatura que passou a habitar
Meu fraco coração.

E hoje não quero me lembrar do dia em que descobri
Que todo pássaro só sabe amar a liberdade do ar;
O dia em que o pássaro azul deixou meu peito,
E retornou ao sonho distante em que antes habitou.
Quero me lembrar da estrelas, da noite, do azul...