3 de nov. de 2015

O poeta não é um fingidor


O poeta não é um fingidor.
Quem tem olhos de ver sabe
Que em cada palavra,
Cada verso,
Há um rio de sangue quente e vivo,
Carregado de sentimentos, memórias, belezas, tristezas.

É um nostálgico,
Sempre levando flores aos túmulos
Onde repousam frias suas esperanças.
Haveria vida para elas após a morte,
Em outro lugar,
Em outro tempo?

O poeta não é um fingidor.
Quando os olhos transbordam,
Perante a perfeição ou a crueldade do mundo
Para com seus sonhos infantis;
São do espírito que as lágrimas vêm,
Daquele âmago, onde só os dedos do amor puderam tocar.

É um desesperado,
Sofrendo por luzes mortas
Que nunca ressuscitarão.
Ainda lembrando das asas que um dia teve,
Mas consciente de que jamais sentirá outra vez
O sabor do ar.