23 de set. de 2015

Ao nobre


Recolha a imensidade do teu brilho se um dia se aproximar.
Vê estes olhos chamuscados?
Olhos pálidos, olhos lassos?
Estes foram os fãs fiéis de uma luz transitória;
Um cometa que subiu o céu, o único.
Sim, aquela estrela ascendente.

Que seja dócil tua luminosidade,
Meu caro nobre sentimento,
Pois encontrará um peito aberto sem piedade,
Exposto a sóis e chuvas; cansado,
Mas ainda tão vermelho, tão vivo.

Vê a primavera?
Fiel em sua sina de ser bela?
Mesmo contra a indiferença e a aridez do tempo,
Das pessoas...
Sê como ela, gentil, sem saltos e sustos,
Apenas cores meigas numa estrada cansada de tanto passado.