9 de jul. de 2015

Sete bilhões de universos


Nada menos que um nervo pulsando, exposto.
Não como todos, protegidos por duros ossos,
Por claros objetivos; mas apaixonado por nuvens passageiras.
Chorando à brisa que o acaricia com sua voz de menina.

E já não importa que alguém entenda, que alguém sinta.
Pois se até o amor se despediu tão facilmente... o que resta?
Ele pegou a estrada e nunca mais voltou,
E está bem nas ruas frias da cidade suja.

Não é preciso mais fazer qualquer um
Sentir qualquer coisa.
Estamos todos desconectados.
Sete bilhões de universos opostos num planeta mesquinho.

Nada mais que um nervo pulsando, externo.
Na chuva, no sol, na súplica,
Meu pequeno príncipe...
Escravo de suas quimeras famintas.

Mas a poesia vai continuar,
Ainda que não sirva a nada depositar nos escombros
De um mundo louco,
Sementes de flores de pouco perfume.

Aqui, da terra dos lunáticos e amantes,
Também podemos ver tudo pulsando errado.
Alguns se escondem atrás de grades e indiferença,
Outros, atrás de versos.