10 de jul. de 2015

Sem me alcançar


Mostra tua face, demônio covarde!
Que prazer sórdido te consome
Ao enegrecer meu sonhos,
Esta minha parte ainda pura e menina?

Mostra tua face e avança. Vem,
Que não fugirei feito felino assustado,
Que não me terá em tuas mãos podres,
Que não te entregarei a lágrima que é apenas para o amor.

Para o amor que já existiu e também como eu
Fugiu.
O que será que tem de doce minha esperança,
Para sorve-la assim com tanta ânsia?

Mostra tua face, demônio amigo!
Que perdoo tua inveja, perdoo tua solidão.
Já não me persiga na madrugada congelada,
Mas caminha ao lado deste que também nada tem de santo.

É também triste meu rosto, é também oculto por sombras.
Também persigo sem jamais alcançar sonhos pairando distantes.
E o que há em você, talvez também seja o que restou em mim
Depois que todas as luzes partiram.