21 de jul. de 2015

Sirenes e sinos


Da torre do santuário próximo, sinos badalam pela manhã.
"É vida que nasce?" Pergunto às meninas.
"Não." Dizem. "Vida é coisa passada.".
Mas ninguém sabia ao certo...
E eu penso que toda vida merece mesmo ser recebida com o badalar de sinos.

Mas pela tarde,
Sirenes cortaram o silêncio frio das ruas pacatas.
"Não é morte!" Pensei. "É resgate!".
No dia em que a esperança faz morada na alma,
Tudo se volta à melhor hipótese.

E meus olhos, ninguém os vê;
Mas enfim voltam a marejar a cada beleza,
Como pelas avenidas, rosadas de tantos ipês agora floridos.
O coração, por um instante, é trégua.
Sem granadas explodindo numa zona de interminável guerra.
Hoje, ele parece este céu: ainda que nublado, emite dócil claridade.