20 de mar. de 2015

Cidade fantasma


Não quero que evanesçam as memórias
Daquele passeio num vale de estrelas;
Da minha alma entorpecida de utopias,
E meu coração frágil como pétalas.

O que foi conquistado e o que foi perdido para sempre?

Ainda sonho com luzes de natal, iguais daqueles que me comoviam.
Ainda percorro as ruas sujas de uma cidade marrom e vazia.
Onde antes residiam sonhos, hoje restam escombros.
Por vezes, é o espírito, tal cidade.

A inocência e a paixão intoxicam meu sangue...

É o fim de mais um verão; as chuvas de outono devolvem o verde.
Quando os olhos fecham e a mente rompe seus grilhões,
Santos pecados escorrem do céu,
Como lágrimas puras de anjos sempre distantes.

Meus olhos acariciam a verdade ou um espetáculo?

Se pudesse, calaria todo e qualquer som.
Bastaria tocar seus cabelos, macios como música,
Bastaria o ruído afável do seu sorriso,
Para, quem sabe, acreditar outra vez em tudo o que não existe.