21 de fev. de 2023

Se vive sem saber

 


O que bate intacto no coração ainda sonha 

E lembra 

Uma estrada, um córrego, um sorriso 

O calor doce do sol sob a pele imaculada 

Não sei viver 

Digo

Não sei viver... 

Repito 

Esquecendo que se vive é mesmo sem saber 

Como o barco dançando junto às ondas 

Sem enfrentá-las

Como o jardim e suas flores sabendo desabrochar cada uma em sua estação 

Foi mesmo o último ato de liberdade

Aquele ato profano? 

Ou quando os olhos se fecham inundados 

E se abrem como comportas mirando o céu de profundo azul 

É que o espírito experimenta uma emancipação ainda apenas imaginada

Mas tão lúcida, desperta, desejada.