Talvez amanhã não nasça o sol,
Tudo fique amarelo e murcho,
Como se o mundo estivesse preso em um agosto
eterno,
De parca vida e beleza.
Talvez amanhã meus olhos se esqueçam de ter
brilho,
Minhas mãos desistam de acariciar a terra,
Minha alma não absorva mais qualquer poesia,
E se depare enfim com a realidade insípida que a
assombra.
Talvez amanhã eu descubra que o amor
Não é nada além de uma mentira mal contada,
Um entorpecente escasso
Para consolar mentes em ebulição.
Talvez amanhã a vida perca definitivamente sua
cor,
Seu calor, seu sentido.
Talvez amanhã.
Mas não hoje.
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