5 de jul. de 2016

Realidade


O que pode haver de glorioso
Em uma alma frágil que rasteja
Longe de qualquer resquício de luz?

Meu coração,
Aquele que abrigava calor nos invernos,
Frescor nos verões...

Meu coração,
Agora repousa, inerte, sóbrio,
Distante das quimeras que o alimentavam.

A noite é sempre noite,
O dia, sempre dia,
As palavras, meras palavras.

Já não resta imaginação para sustentar o encanto,
E talvez, nunca mais,
Outra carta de amor seja escrita.

Não há mais um jardim
Para poetas, amantes, sonhadores,
Apenas os braços fortes da realidade, sufocando-os.