5 de jul. de 2016

Anjo caído


Sim, belo demônio,
Encantadora criatura dantes celestial.
Sim, eu disse sim.

Te aceitei em meu corpo e alma.
Flutuei contigo por auroras místicas,
Lindíssimas ilusões.

Sim, minha última chance,
A ignóbil memória não morre,
Mas a cada dia cheira mais mal.

Sou como tu,
Outro asqueroso anjo caído,
Rendido ao sabor agridoce das sombras.

Mas nada mais resta da tua santidade na minha carne,
Nada mais resta da minha própria santidade.
Somos agora homens marcados, sem reflexo.