13 de jul. de 2016

É quase agosto



Começou a morte do poeta quando cortou seus impulsos.
Há alguma fé na promessa do começo após os fins.
Há alguma fé... mesmo que esmurrada por dúvidas.

As ruas têm muita luz, poeira e perfume de laranjeiras,
E tanto eu sinto, tanto.
O coração, desnorteado, enjoa-me com sinestesias.

Cada caminho canta uma história antiga,
Lendas esculpidas por vozes de fantasmas insones.
Não ouso levantar a voz, dizer palavra.

Apenas observo com olhos ardendo, olhos cansados,
O destino traçando seus atalhos com descaso,
Abrindo meu peito sem misericórdia.

 É quase agosto...
E quero chorar a morte de sentimentos sagrados outra vez,
Mas a vida me recobra furiosa... ela ainda permanece aqui.