18 de fev. de 2015

À sombra dos versos


Deito à sombra dos versos, repouso a carne inglória.
Que sorriso é esse de tamanha luz?
Que espanta as trevas com docilidade...
Sopra uma brisa aos salgueiros que bailam após a tempestade.

Sem ânsias o contemplo; que seja sutil a minha admiração.
Assim como a beleza das rosas, que o milagre desabroche em calmaria.
E no silêncio das horas lentas, deleito-me de leves desejos;
Verdades e epifanias que juntas velejam no ar.

Eu, de coração tão insaciável,
Quase me sacio ao apenas admirar distante oásis.
Talvez, uma fascinante miragem!
Talvez, real fonte de pura e nova água.

Haverá fé ao firmar os passos.
Se os pés queimam na ardente areia da realidade,
O espírito flutua entre nuvens frescas e macias,
Sonhando com o desaguar de uma absolvição divina.