9 de jul. de 2014

Dias




Persisto em minhas palavras inservíveis.
Se não curam a mim,
A quem curariam?

Mas persisto,
Como se torcer o coração arrancasse-lhe 
os litros de fel.

Não arranca. Não muda nada.
Não existe fel...
Existem os dias, um após o outro.

Existe a lentidão e a rapidez deles que,
dependendo do desejo,
faz-se o contrário.

Dias banhados em gentileza,
Dias com tantas flores a desabrochar,
Dias de perfume suave e peito quente.

E dias assim, em que o sol desaparece antes do previsto,
E junto do céu de cobalto sopra o vento frio
que derruba ao solo as flores mais frágeis.

Não me visitaram as fiéis borboletas nessa manhã,
Mas apenas o silêncio e a distância.
Que bom que amanhã será outro dia.