28 de jul. de 2014

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De onde virá o socorro?
Do sol que nem se mostra?
Do frio que envolve os dias num abraço apertado?
Das flores que desabrocham belas e perfumadas, mas despedaçam-se velozmente?

De onde virá o calor?
Das lembranças mágicas onde já pousa fina camada de poeira?
Da estrada vazia e não muito bela que talvez nossos pés não pisem mais?
Do anel tão bonito e eterno, como assim deveria ser o amor?

De onde virá o consolo?
Das palavras e mais palavras atiradas ao vento?
Do jardim frágil, que mera chuva levaria à lama do solo?
Da canção tão bela que já não ouvimos mais?

De onde virá a paz?
Do torpor que mergulha a mente num sono negro e sem lembranças?
Dos aplausos falsos?
Dos sonhos, em que a alma é livre e o amor não é perseguido  pela realidade faminta?

De onde virá a esperança?
Agora que o silêncio é mais bem-vindo que a presença?
De onde virá o sorriso agora que os olhos apenas fitam o chão?
De onde virá o amor, agora que apenas a tristeza parece reinar?